Mel dos Açores DOP
O clima do arquipélago dos Açores e a ausência de doenças graves das abelhas, são propícias ao desenvolvimento da apicultura. A diversidade e riqueza da flora Açoriana contribuem para a obtenção de mel de alta qualidade.
Entende-se por Mel dos Açores o mel de néctar centrifugado obtido principalmente a partir dos néctares de incenso e multiflora.
História
O Mel dos Açores DOP é um produto de origem portuguesa com Denominação de Origem Protegida pela União Europeia desde 21 de junho de 1996 e provém de uma longa tradição de apicultura nas ilhas dos Açores, que datam do século XVI. Em 1554, Gaspar do Rego Baldayal enviou uma carta ao rei sobre a produção de mel nas ilhas. O Mel de Incenso é quase um símbolo dos Açores, especialmente da ilha do Pico, embora seja a ilha de S. Miguel que produz a maior quantidade de mel. O aspecto mais importante da apicultura na zona está ligado à sua função ecológica, uma vez que garante uma grande percentagem da polinização da flora natural. O mel também tem um papel social uma vez que é produzido por grande parte da população local. Por último, representa uma parte importante da economia local por causa da elevada qualidade deste mel.
Algumas características do produto:
Mel de incenso: Cor variável entre uma tonalidade quase incolor amarelado; Odor delicado e perfumado; Sabor muito doce com paladar típico, baseado nos óleos essenciais de incenso; Consistência fluida Mel multiflora: cor castanho-escuro; sabor agradável e consistência fluida
Variantes
Mel de Incenso. Mel Multifloral.
Particularidade
Mel de néctar, obtido principalmente a partir dos néctares de incenso e de diversas outras plantas.
Pode apresentar-se com características diferentes:
Mel de Incenso — mel de cor variável, indo de quase incolor a levemente amarelado, com odor delicado, perfumado, sabor típico a incenso e com consistência fluida, resultante do néctar recolhido das flores da espécie Pittosporum Ondulattum Hort, que é uma planta espontânea e existente em todas as ilhas dos Açores.
Mel Multifloral — mel de cor castanho-escura, com sabor agradável e consistência fluida, obtido da mistura de néctares de várias espécies de plantas, designadamente de fruteiras tradicionais (pomoideas, prunoideas, castanheiro e citrinos), fruteiras subtropicais (bananeira, abacateiro, goiabeira, araçaleiro, physalis e maracujaleiro) e outras espécies (metrozidero, camélia, jarro, conteira, hortência, azália, eucalipto, malvão, alecrim, erva azeda, fava, etc.).
Saber fazer
O mel de incenso é produzido entre os meses de Janeiro e Abril e a cresta efectua-se em meados de Maio, enquanto o mel multifloral se produz de Janeiro a Dezembro e a cresta se efectua de Março a Outubro. O mel de incenso, obtido na cresta de Maio, tem que ser produzido logo após a conclusão da floração do incenso de modo a que não possa haver contaminação
polinífera. Na cresta deixa-se sempre um pouco de mel para ajudar a sobrevivência das colmeias. Os quadros são desoperculados à faca, sendo seguidamente centrifugados. O mel é deixado em repouso em estufa à temperatura da colmeia, sofrendo ao fim de alguns dias uma bombagem superficial para retirar as impurezas sobrenadantes.